Eu tenho repetido a seguinte máxima a alguns
alunos: "Nós vamos somente até onde o corpo nos leva"... O corpo é o nosso maior patrimônio. É o instrumento que nos
possibilita explorar, ampliar e transformar as nossas possibilidades em
realização e evolução; é um patrimônio de valor incomensurável, nessa breve
passagem pela vida.
Mas para que haja real transformação
e sucesso na empreitada é necessário mudar de atitude e se tornar comprometido,
desafiar hábitos, definir prioridades e rever comportamentos.
Poucos são os que conseguem manter esses
compromissos, quando tantos podem ser os subterfúgios. Realmente, se há sedução
pelo acomodamento, ausência da devida importância, e posteridade do
fundamental, "quando vimos", o tempo já passou e as dores já
chegaram. Poucos também são os que conseguem manterem-se saudáveis e satisfeitos
com sua forma física.
A mídia e o status social também colaboram com uma visão
distorcida daquilo que é saudável, instituindo modismos que contrariam
veemente a biologia que não pode ser mantida.
Sem dúvida, o sedentarismo é péssimo, mas devido à exacerbada
vaidade, muitos se atiram a qualquer tipo de prática, exagerando no trabalho
com o corpo, e no esforço imposto, desde que haja notável "upgrade"
em sua aparência. Pior ainda, quando se deixam seduzir pelo uso de esteroides,
que é um medicamento que tem as suas indicações específicas, mas que
necessariamente devem ser prescritos e, seu uso acompanhado, por um médico com
a especialização devida. Fazer o corpo "crescer" a qualquer custo, "embute
um alto tributo". Como dizia Joseph Pilates aos que se opunham ao trabalho
muscular com o peso do próprio corpo: -"um músculo exageradamente hipertrofiado,
não tem qualquer utilidade". Em acréscimo, há sobrecarrega ao músculo cardíaco,
que passa ter que nutrir e sustentar uma "área geográfica" do corpo,
até então desconhecida.
Em acréscimo, hoje até mesmo o tipo
de atividade física escolhida é
transformada em puro consumismo e ostentação: quanto
mais sofisticados e equipados são os "templos da malhação", mais bem socioeconomicamente
sucedidos são considerados os seus frequentadores. No entanto, mais uma vez percebemos que parecer
estar bem e feliz não é o suficiente e que muito sofrimento poderia ser evitado
se houvesse mais conquista de saúde, em oposição à busca por um corpo que não combina e nem faz parte do próprio
biótipo.
Não é só desejável, mas fundamental que as pessoas ampliem a
sua consciência corporal, alimentando-se de forma natural, equilibrando o consumo
ao gasto calórico, tendo um sono reparador, exercitando e explorando o próprio
potencial de forma continuada e tendo hábitos de vida mais harmoniosos do que
extravagantes. É isso que construirá uma nova "postura física e frente à
vida" e funcionará como a máquina propulsora de um organismo mais equilibrado
e uma fisiologia mais fortalecida, resultando, aí sim em um corpo mais bonito.
Quando refletimos ou "nos
tornamos mais conscientes", também percebemos que atitudes que nos
mantenham arrebanhados, nitidamente nos remetem ao pré-sentimento de que as
coisas que nos são impostas por uma sociedade de consumo em constante
transformação, podem resultar em erros.
É mesmo preciso que mantenhamos a nossa individualidade e
repensemos sobre a beleza de uma forma mais profunda: saúde física,
estabilidade emocional e resiliência mental, a
final, mais uma vez, se nos arrebanharmos, seremos também aplacados com a dor
emocional e as neuroses, tão evidente nos dias atuais.
Assim, a nossa escolha pelo tipo de
atividade física, também será importante para nos mantermos simples e
constantes.
O Yoga, a Meditação, o Pilates e o Treino Funcional
- tem essa mensagem por definição. Sem equipamentos ou máquinas sofisticadas, evidenciam
uma boa dose de realidade sobre a nossa condição, o suficiente para que nos detenhamos
às nossas próprias necessidades e à nossa exclusiva trajetória, nesta vida.
Claudia B.,
c.pilatesyoga@gmail.com
Pós-Graduação: Método
Pilates – Fisioterapia Esportiva/ Certificação: Yoga – Treinamento Funcional – Treino
em Suspensão
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